Na quinta-feira (27), o Departamento de Relações Exteriores da Rússia afirmou que se reserva o direito de atuar de forma enérgica caso o Japão avance na instalação de mísseis em uma ilha situada nas proximidades de Taiwan. A ameaça ocorre em meio a uma escalada de tensões na região.
Recentemente, o ministro da Defesa do Japão, Shinjiro Koizumi, declarou no domingo (23) que os planos para estabelecer uma base militar em Yonaguni, uma ilha na província de Okinawa a aproximadamente 110 km da costa leste de Taiwan, estavam em pleno progresso, indicando uma movimentação firme nessa direção.
Moscou também acusou Tóquio de seguir ordens dos Estados Unidos, alegando que o Japão estaria 'bombardeando essas ilhas com armamentos', como parte de uma estratégia de militarização mais ampla na região.
As tensões aumentaram ainda mais após declarações da China, que afirmou que o Japão enfrentará um 'custo elevado' se ultrapassar limites relacionados a Taiwan, em resposta aos planos japoneses de instalação de mísseis.
O Ministério da Defesa chinês reforçou sua posição, dizendo que a questão de Taiwan é de responsabilidade interna da China e que não diz respeito ao Japão, recordando que o país controlou Taiwan de 1895 até o encerramento da Segunda Guerra Mundial, em 1945.
Em uma coletiva recente, o porta-voz chinês Jiang Bin criticou duramente o Japão, alegando que o país alimenta ilusões de intervenção militar no Estreito de Taiwan, mesmo após ter sido condenado pelo governo chinês por ações anteriores.
Jiang afirmou ainda que o Exército de Libertação Popular possui capacidades avançadas e recursos confiáveis para derrotar qualquer inimigo invasor. Ele alertou que qualquer movimento japonês na área resultará em um 'preço doloroso'.
Por sua parte, o governo de Taiwan reafirmou que suas reivindicações territoriais são uma questão de soberania e que somente seu povo pode determinar seu destino. Recentemente, o presidente Lai Ching-te anunciou um plano para investir US$ 40 bilhões em defesa ao longo dos próximos oito anos, medida que a China criticou como um desperdício de recursos que só prejudicaria Taiwan.
Este cenário de forte retórica ocorre em meio ao mais grave impasse diplomático entre Japão e China em anos, elevando o clima de instabilidade na região do Sudeste Asiático e do Pacífico.