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Guerra
17/04/2024 00:00:00

Europa já tem planos para enfrentar a Rússia caso a Ucrânia caia, diz autoridade da Otan

Hanno Pevkur, Ministro da Defesa da Estônia, alerta que Moscou vem modernizando suas forças mesmo em meio à guerra


Europa já tem planos para enfrentar a Rússia caso a Ucrânia caia, diz autoridade da Otan

A Referência

Rússia parece cada vez mais preparada para atacar a Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), particularmente os países-membros europeus. Mesmo em guerra com a Ucrânia, Moscou moderniza suas forças para estar em condições de entrar em um novo conflito caso saia vitoriosa do atual. Daí o perigo de suspender o auxílio a Kiev e permitir que o aliado caia. O alerta foi lançado pelo Ministro da Defesa da Estônia, Hanno Pevkur, em entrevista reproduzida pelo site Defense One.

Atentas ao crescimento militar russo, as nações europeias já fizeram seus planos para uma resposta, caso necessário. Ela começaria no leste do continente, onde estão os alvos preferenciais da Rússia, no caso a Polônia e as nações bálticas, Estônia, Lituânia e Letônia.

“Esses planos abordam esses diferentes cenários”, disse Pevkur. “É claro que, por razões óbvias, não posso ser muito específico, mas posso assegurar que estes planos são moldados olhando para a possível postura russa na nossa vizinhança.”

As nações bálticas há muito alertam que seriam os primeiros alvos da Rússia em caso de uma agressão posterior à guerra da Ucrânia. Em janeiro, líderes dos três países se reuniram e concordaram em desenvolver uma ampla rede de fortificações para deter e combater qualquer incursão russa na região.

Considerando os desafios geográficos, com uma fronteira de 340 quilômetros com a Rússia, em sua maioria composta por densas florestas e áreas alagadas, autoridades estonianas anunciaram planos ambiciosos para construir cerca de 600 abrigos. O projeto custará aproximadamente 60 milhões de euros e visa garantir a prontidão “para combater o inimigo desde o primeiro metro e na primeira hora.” Uma medida mais que necessário ante ao poderio militar do inimigo.

“A Rússia publicou o seu plano para a reconstituição e o reforço do seu Exército. Diz que serão 1,5 milhão de pessoas no Exército”, afirmou Pevkur, destacando que o país terá sete vezes mais tanques, veículos blindados de transporte de pessoal e sistemas de defesa aérea, tudo muito perto da fronteira europeia da Otan.

A verdade é que a Rússia se adaptou bem ao conflito longo e tem sua indústria totalmente voltada aos esforços de guerra, com as fábricas de munições funcionando ininterruptamente.

“Os russos conseguiram realmente aumentar a capacidade da indústria de defesa, colocando-a em ritmo de guerra”, afirmou Pevkur. “Daí surge a lógica infeliz e bastante sombria: depois de ter feito todas estas coisas, depois de ter impulsionado a sua economia ou a colocado em ritmo de guerra, então não há uma maneira fácil de voltar atrás. Portanto, eles provavelmente terão que maximizar.”

Conforme as contas da autoridade estoniana, o orçamento de guerra de Moscou atualmente corresponde a algo entre 30% e 31% de todo o orçamento do Estado. “Mas estes são apenas os gastos militares”, diz ele. “Quando acrescentamos a isso o que são também as despesas em alguns outros serviços do Estado que estão diretamente ligados à segurança, então veremos que este orçamento vai para 35 a 40%.”  

Sob esse ponto de vista, a Ucrânia é uma primeira linha de defesa da Otan, o que explica a obsessão dos países europeus em apoiá-la. Diferentemente, por exemplo, dos EUA, que suspenderam a ajuda e seguem enfrentando barreiras políticas internas para fornecer novos pacotes de armas a Kiev.

E Pevkur não é o único a projetar o destino sombrio se a ajuda não for retomada. Também nesta semana, o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky comentou essa situação e não deixou margem a dúvidas. “Posso dizer, francamente, que sem este apoio não teremos chance de vencer”, disse ele em entrevista à rede norte-americana PBS.



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